Tua voz tange minha retina
indeferidos brados
ribombam no céu da boca
Sismo
catarses violetas
entredentes dissipo o eco
em beijos acres
A cidade alucina
Entre o crepúsculo brocado
E a sombra seda fosca
Cismo
tinjo as tarjas pretas
verde, champanhe, prosecco
delírio tinto em cristal ocre
O raso é sem fundo
quando desfraldas tuas velas
entre o inefável e o hostil
pela janela vejo o mundo
que desbota e amarela
sob teu olhar incivil.
(Iriene Borges e Rosa Cardoso)
Pseudo-poeta! Batizei-me assim quando, depois de ler Bandeira , atrevida e teimosa cometi uns versos. Li e os achei esquisitos e parecidos comigo. Adotei-os. Os contos vieram depois e nasciam meio mortos. Os leitores reclamavam : Onde está o final? Sofria buscando dar um final aos natimortos. Isso foi antes. Passado, pretérito mais que perfeitinho, agora quero sinceramente que os finais se danem. Não gostou? Inventa um. Se for legal me mostra.
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